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Por dois canudos

terça-feira, agosto 23, 2005

Os tios e os sobrinhos

Tio & sobrinho #2

— Ó tio, não consigo dar xeque-mate com a dama ...
— É bom que te habitues.

posted by Ric at 01:16


Posted by Branca |




segunda-feira, agosto 22, 2005

O gato morreu... E eu?

Houve um dia uma Conferência de Imprensa em Sintra com vários escritores. Eu tinha 11 anos ou um pouco mais. Um dos escritores, depois de uma questão lhe ter sido colocada, pôs-se a reflectir muito e de seguida gritou "olhem!" e apontou para o fundo da sala.
Depois, calmamente, e após desculpar-se com o segurança pelo embaraço (o homem era a única coisa que havia no fundo da sala..), anunciou que dava um livro seu a quem, numa palavra, descrevesse o que tinha acontecido naquela sala. Disse-se muita coisa. No meio dessas palavras, alguém levantou o braço e disse, seguro de si: Curiosidade.
Ganhei um livro que nunca li.
E apercebi-me, com 11 anos ou um pouco mais, de um dos dois únicos vícios de que nunca me consiguirei livrar. O pensar sobre a curiosidade das coisas é a minha droga e eu gosto de fazer experiências com ela.
Branca


Posted by Branca |




sexta-feira, agosto 19, 2005

Intróito

image by Miguel

Epígono de mim, cá vou compondo,
De memória, um antigo desencanto:
Sem estrondo,
Nem pranto.

Quanto baste pra encher um volume pequeno
De que os amigos dirão bem e os inimigos mal.
Insensível às flores e ao veneno,
Vou em busca de alguém que é meu igual.

Alguém que não conheço nem conhece
A minha posição poética e política;
E a quem não aquece nem arrefece
A crítica.

Alguém que há-de dizer, ao ler-me
(Escrevo para mim. A ele é que me entrego.):
--Voa tão alto, este verme!
Vê tão longe, este cego!


(António Manuel Couto Viana, in Sou Quem Fui - Antologia Poética )

Aos amigos bloguistas que se espalham pelo mundo e especialmente aos poucos vermes cegos que heróica e estoicamente ainda vão existindo. Obrigada a todos os que vão fazendo as minhas delícias ao cear; os vossos escritos são também os meus vícios de consumo.
Branca


Posted by Branca |




quinta-feira, agosto 18, 2005

dA Sobrinha, com amor

A Sobrinha acha que o tio já não a vê há demasiado tempo. Perdeu-se no seu desenvolvimento abstracto há alguns anos, pensa ela. No "seu" da Sobrinha, entenda-se. Logo, nunca poderia saber que ela se refugia no escuro de uma sala de cinema todos os dias 18 de Agosto desde há uns tempos a esta parte.
Primeiro, porque a Sobrinha gosta de ir ao cinema sozinha. Aliás, a Sobrinha sente até que ir ao cinema sozinha é a melhor maneira, para ela, de ir ao cinema. Salvo raras excepções.
Segundo, a Sobrinha passa todos os dias 18 de Agosto desde há uns tempos a esta parte a jantar com a família que se encontre por perto (o Tio, como depreenderam os leitores, e muito bem, não está incluído); a verdade é que nem o namorado da Sobrinha está por perto para lhe dar uns beijitos e outras coisas. O aborrecimento talvez venha daí. Mas isto é só o que eu penso. A Sobrinha poderá elucidar-vos melhor sobre o assunto.

Cá por mim, sei que assim como assim, este foi o melhor aniversário que tive até hoje, dos que ainda povoam a minha memória; sim, porque um dos mecanismos de defesa da memória é o esquecimento. E creio que coisas monótonas e aborrecidas como o são sempre os meus aniversários farão decerto parte da categoria dos Esquecimentos da memória, eventualmente.
E este foi o melhor de sempre graças ao Tio que não é padre mas é Tio. Por ter criado conjuntamente o Por dois canudos e por ter "conversado" comigo até às 4h30 da madrugada de hoje; Conversas da Treta do José e Ana Malhoa e conversas sempre interessantes sobre o que cada um vai (des)conhecendo do outro, nos dois lados do Atlântico. Sem nenhum fazer referência ao quão grande estou eu (apenas num sentido figurativo, com imensa pena minha) ou às responsabilidades acrescidas a partir de agora ou à festa que eu devia ter e não tenho. Cortesia do Microsoft Messenger. Agradeço ao tio por isso. E ao Microsoft Messenger, como não podia deixar de ser.
Aparte disso, quero acrescentar mais umas coisas em nome da Sobrinha.

A Sobrinha, ainda assim, recebe muiiiitos telefonemas. Afinal, a família é longa. E a Sobrinha adorava que centrassem todas as atenções nela 364 dias por ano. 365 em anos bissextos. Os dias 18 de Agosto seriam o dia de descanso. Não se pode ter tudo, porém. Assim sendo, a Sobrinha contenta-se em receber telefonemas dos que se lembram e tenta não discutir com ninguém até se deitar, à noitinha. A verdade é que a Sobrinha fica sempre irritadiça. A distância tem destas coisas. Mas a vida continua. E a Sobrinha aqui fica, a ouvir Other Side dos srs. Pearl Jam e a pensar nas ofertas e promessas de festas de arromba fora da data e fora de horas que recebeu até agora. Sejam elas cumpridas e a data não vai interessar. A Sobrinha poderá, com orgulho, dizer a toda a gente que teve uma festa de 18 anos de arromba. E o mundo pasmará.
Branca


Posted by Branca |




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