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Por dois canudos

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Distracção

Pois não é que ando metida na minha vida a achar que tenho problemas e de repente vem o Tio e diz: 'Ah e tal, fiz umas mudanças no nosso blogue e aquilo está muita giro, tens de ir dar uma vista de olhos'. Quando aqui chego, o blogue está com o dobro do tamanho e o dobro do interesse, e ainda que mais a dar para o leve, uma coisa com bastante qualidade. E então eu penso na minha pequenez de sobrinha: 'Será que há razões para aqui continuar a escrever se este fulano que tem problemas mais sérios e uma vida bem mais ocupada que a da sobrinha arranja umas miseras horas para pôr isto nos trinques sem lhe ser pedido?'
Quando dou por mim há um post que se me escapou na descoberta do novo Por dois canudos e que se intitula Golpe de Estado.
Eu rio a bom rir sozinha. Com gosto e com vontade.
Branca


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sexta-feira, novembro 18, 2005

Lapso de quente nas mãos e no coração

Epa... estou positivamente convencida de que isto do "Por dois canudos" tem uma razão de ser dogmaticamente superior e imprescrutável; agora que li isto é que me atingiu!
Seja no anonimato, seja na ribalta, este blog é fenomenal na sua raridade. Gosto de nós, Tio. Deste e desse lado do Atlântico.
Branca


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terça-feira, novembro 08, 2005

Varridela

Ao jeito do Tatarana, passo por aqui para arrumar a casa, varrer-lhe os cantos, mudar o pó de lugar e prepará-la para eventuais visitas. Nunca se sabe quem nesta era de abandono temporário poderá passar por aqui para dar uma vista de olhos na biblioteca e na aclamada colecção de arte exposta nas suas paredes.
(Nos entretantos, mando um beijinho ao desterrado europeu que não deve andar preocupado com os motins parisienses mas que lá deve ir tendo a sua cota parte de preocupações que justifiquem o completo desinteresse pela sobrinha demonstrado nos últimos tempos.)
Branca


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sábado, outubro 01, 2005

Fôlego

Aaah... a hipocrisia da "União" anunciada e proclamada «Caminho de Entendimento». E depois os imigrantes subsarianos a fugirem a Oudja e a serem mortos pela polícia marroquina ou pelas farpas que barram o Caminho de Entendimento a estas gentes que dele, por direito. J.A.V.


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quinta-feira, setembro 15, 2005

Autarquias e talhos

Passam dias e dias sem se escrever nos blogues pelas vicissitudes das férias de uns e dos trabalhos de outros. E quando aqui se volta, só vem à memória a miséria de mentalidade que se cultiva e que predomina neste país; no do lado de cá do Atlântico, bem entendido.

Passeando de autocarro, e passeando é um eufemismo porque de passeio as minhas viagens de autocarro não têm nada, apercebo-me da quantidade de obras que estão a decorrer nestes últimos dias, de há um mês a esta parte. A cretinice dos políticos que proliferam os ouvidos dos que arranjam paciência e os olhos dos que, como eu, se "passeiam" pelas cidades é, de facto, impressionante. Esses que utilizam frases como "Vamos pôr mãos à obra" e "O importante na Amadora são SEMPRE as pessoas" para ganharem a afeição daqueles que se aventuram ao ponto de arriscar pôr as suas cidades nas mãos desses desconhecidos do tipo caixeiro-viajante vendedor de banha da cobra que conta contos ao vigário. Assim mesmo redundante.
Aqui pelos meus lados constroem-se parques de estacionamento e jardins, instalam-se placas de tamanho abusivo a dar as boas vindas a uma cidade que sempre recebeu toda a gente sem placas e com satisfação, e enquanto isso se vai processando em 5ª velocidade, eu vejo o país em que um dia cresci ingénua e inocente, docemente iludida e embalada, desabar na hipocrisia e na demência desses que são, para mim, personas non gratas. Não só políticos.

E nesse meu passeio de autocarro, acabei por me deparar com uma imagem deveras impressionante. Um talho, fechado talvez por ser hora de almoço, que em tudo parecia um talho. Mas um talho com uma particularidade. Nesse estabelecimento, a todo o comprimento do balcão, pendiam fotografias de bebés em formato A3...
Não sei o que pensaria outra pessoa no meu lugar ou até se alguém já terá questionado o porquê dessa situação, mas a meus olhos foi algo bastante surreal, para dizer o mínimo. E não pude deixar de pensar, dadas as circunstâncias desta visão extraordinária, no iminente ridículo em que caem políticos e, porque não, também talhantes, na corrida aos seus interesses, nessa sede de poder pessoal, saciável e destruidora de carácteres.
E é chato ver que à nossa volta não há gente espirituosa, nem minimamente culta ou questionadora, que pondere isto de se fazerem obras apressadas e «desplaneadas» para se ganharem eleições ou o facto de, cada vez mais, se trabalhar apenas para o mínimo requerido, sem ambições ou sedes mais saudáveis que nos façam crescer e ser alguém. E quando se pensa nisto, lá se vai percebendo porque são todos uns imbecis, estes políticos. Porque foram todos eles estes jovens sem ambições que não as de ganharem renome e dinheiro no seio desta linda sociedade em que cresci iludida. Por terem sido filhos de um ministro rico ou porque fizeram parte de alguma qualquer juventude partidária.

Um amiguinho aqui da Amadora, por quem nutro uma certa inimizade sem violência ou nojo, tirou um dia o B.I. da carteira de uma colega nossa e no dia seguinte, entregou-lho dizendo: "Dentro de uma semana, deverás receber as informações da Juventude Socialista e o teu cartão do partido."
Acho que até hoje, a Mónica continua a questionar este acontecimento sempre que olha para o seu cartão partidário reluzente e a cheirar a novo; perguntando-se sempre porque haveria de lhe ter calhado a ela, na única semana de aulas em que pôs os pés na escola, em todo o ano lectivo, aquele prémio tão desejado por tantos: o de ter o seu nome ligado a um partido com apenas 18 anos e um dia enfim, poder vir a ser alguém em Portugal.
Branca


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terça-feira, agosto 23, 2005

Os tios e os sobrinhos

Tio & sobrinho #2

— Ó tio, não consigo dar xeque-mate com a dama ...
— É bom que te habitues.

posted by Ric at 01:16


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segunda-feira, agosto 22, 2005

O gato morreu... E eu?

Houve um dia uma Conferência de Imprensa em Sintra com vários escritores. Eu tinha 11 anos ou um pouco mais. Um dos escritores, depois de uma questão lhe ter sido colocada, pôs-se a reflectir muito e de seguida gritou "olhem!" e apontou para o fundo da sala.
Depois, calmamente, e após desculpar-se com o segurança pelo embaraço (o homem era a única coisa que havia no fundo da sala..), anunciou que dava um livro seu a quem, numa palavra, descrevesse o que tinha acontecido naquela sala. Disse-se muita coisa. No meio dessas palavras, alguém levantou o braço e disse, seguro de si: Curiosidade.
Ganhei um livro que nunca li.
E apercebi-me, com 11 anos ou um pouco mais, de um dos dois únicos vícios de que nunca me consiguirei livrar. O pensar sobre a curiosidade das coisas é a minha droga e eu gosto de fazer experiências com ela.
Branca


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