Epígono de mim, cá vou compondo,
De memória, um antigo desencanto:
Sem estrondo,
Nem pranto.
Quanto baste pra encher um volume pequeno
De que os amigos dirão bem e os inimigos mal.
Insensível às flores e ao veneno,
Vou em busca de alguém que é meu igual.
Alguém que não conheço nem conhece
A minha posição poética e política;
E a quem não aquece nem arrefece
A crítica.
Alguém que há-de dizer, ao ler-me
(Escrevo para mim. A ele é que me entrego.):
--Voa tão alto, este verme!
Vê tão longe, este cego!
(António Manuel Couto Viana, in Sou Quem Fui - Antologia Poética )
Aos amigos bloguistas que se espalham pelo mundo e especialmente aos poucos vermes cegos que heróica e estoicamente ainda vão existindo. Obrigada a todos os que vão fazendo as minhas delícias ao cear; os vossos escritos são também os meus vícios de consumo.
Branca
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